O Homem do Gelo, de John Sandford, [Opinião]



Género: Policial
Editora: Marcador
Sinopse: Aqui


Opinião: By Aneal

Tive o cuidado de ler primeiro o “Sem Regras” do autor para seguir uma ordem, mesmo tendo conhecimento de que este não era o segundo, mas o quinto da série Lucas Duvemport. Nestes casos todos nós já sabemos que existe sempre um buraco na história e embora em alguns não faça muita diferença, em outros ele é notório. Em relação a esta série, fiquei irritada! Dei de caras com um Lucas desconhecido apercebendo-me de alterações sofridas nos 3 livros intermédios. Isto levou-me a mastigar o inicio o livro, mas como o autor não tem culpa e ele até é bom escritor, fiz um esforço por abstrair-me desse fator e após ultrapassada essa irritação e indignação, envolvi-me no enredo e avancei na leitura com outro estado de espírito e ainda bem que o fiz.

Neste livro o autor não se acanhou com o uso de palavrões nos diálogos, e de algumas palavras capazes de fazer corar o leitor. Isto dito assim pode parecer ofensivo mas não é o caso, simplesmente torna as conversas mais realistas, tendo em conta o tipo de personagens envolvidas, também a temática utilizada no enredo é chocante. 

John Sandford oferece-nos um livro com personagens atrativas, com uma investigação envolvente e uma pequena e saborosa dose de ação. Um policial no verdadeiro sentido da palavra e bom por sinal.

Como não considero justo penalizar um livro pelo erro das editoras, vou esquecer que se trata de uma série e vou classificá-lo isoladamente. A partir daqui e tendo em conta o final deste, espero que a Marcador tenha respeito pelos leitores, continuando com a tradução da série e seguindo a ordem de publicação dos originais. Quero muito seguir este autor.

Classificação Aneal: (7.5/10)

O Carrasco do Medo, de Chris Carter, [Opinião]



Género: Thriller/Policial
Editora: TopSeller
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal

O “Carrasco do Medo” é o segundo livro de Chris Carter e é de um nível de crueldade impressionável, superior ao primeiro. Chris Carter é um escritor com uma elevada criatividade para o macabro.

O autor não poupa o leitor a detalhes sórdidos, não sendo aconselhável a estômagos mais sensíveis.

Um assassino metódico com uma elevada paciência, um monstro que se alimenta do medo das suas vitimas, usando o que mais as aterroriza como forma de tortura, elevando a dor a uma dimensão alguma vez suportável. Com o ódio que lhes tem, transforma as suas mortes numa obra de arte arrepiante e digna do demónio, uma morte tão bem descrita no livro que não conseguimos evitar o assalto de imagens aterrorizantes à nossa mente.

Adorei este livro, mais do que “o Assassino do Crucifixo”. Tornei-me fã deste autor e aguardo ansiosamente pelo terceiro.  

Classificação Aneal: (9.5/10)

ashley bell, de Dean Koontz, [opinião]



Género: Thriller
Editora: IN
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal

“Ashley bell” foi o primeiro livro que li de Dean Koontz, não conheço portanto as suas obras, nem sei se é costume dele escrever um enredo tão bizarro, mas isto é diferente de tudo que li até hoje dentro do Thriller. De salientar ainda são os títulos fora do comum dos capítulos, bem como as páginas negras a dividirem as 8 partes do livro.

Bibi, uma jovem de 22 anos que após lhe ter sido diagnosticado um cancro no cérebro, entra numa estranha e obrigatória missiva, como forma de pagamento pelo milagroso salvamento da sua vida inicialmente condenada à morte. A partir daqui entrei num enredo de franzir a testa.

Fui avançando nesta leitura sem perceber se Bibi, sofria de alguma espécie de loucura, sendo uma completa alucinada ou se era simplesmente o autor a recorrer ao sobrenatural. Só sei que fiquei presa à sua leitura, procurando uma explicação lógica e cientifica, para os acontecimentos descritos. A curiosidade levou-me a ler o livro até ao fim, sempre aguardando “a” grande revelação que iria mostrar-me o sentido oculto das “coisas”, vista de um prisma que me escapara.

Acredito que para muitos a desistência deste livro terá sido uma opção, ou poderá vir a ser. Vou mesmo arriscar dizer que “ashley bell” é um livro que, ou se adora, ou se detesta. Quanto a mim, porque sempre me senti atraída pelo bizarro e talvez porque li este livro na altura ideal, vou dizer que gostei da experiência. Achei especialmente interessante o último capitulo, mas vou já avisando, para aqueles que resolverem desistir, escusam de ir espreitar o tal capítulo, pois não irão entendê-lo devidamente.

Deixo aqui o desafio para lerem este livro e deixarem a vossa opinião.

Classificação Aneal: (6/10)

Gritos Silenciosos, de Angela Marsons, [Opinião]



Género: Policial/Thriller
Editora: Quinta Essência
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal

Este é o primeiro livro de Ângela Marsons, e fiquei com a sensação de que foi escrito um pouco a medo. O tema abordado já não é novidade nenhuma no meio da literatura policial, diria até que já começa a ser bastante badalado. As personagens, a meu ver, tiveram uma pequena inspiração em outras que conheci doutros autores e o final teve um encerramento demasiado rápido, para quem dava a impressão de que queria ludibriar o leitor para depois lhe atirar com uma revelação de cortar a respiração. Se era esse o objetivo, não foi atingido. Quanto à identidade do culpado, a autora conseguiu manter-me na ignorância até ao fim.

Esquecendo outros livros e outros autores, gostei deste livro e vejo a Angela Marsons com grande potencial para se tornar uma autora de culto dentro do género. 

“Gritos Silenciosos” é um policial intrigante, com uma investigação bastante realista e fácil de acompanhar, uma história de crimes arrepiantes e segredos passados obscuros.

O enredo escolhido aborda uma temática delicada. Fala-nos de segredos escondidos no interior dos lares que acolhem crianças indesejadas e frágeis, despojadas da sua humanidade e identidade, colocadas aos cuidado do estado por motivos diferentes, mas nenhum deles positivo. Em comum todas têm, o direito de serem protegidas das desgraças que as levaram até ali, mas não é novidade nenhuma para nós, que em muitas destas instituições não é encontrada a proteccão que necessitam, por vezes ficam entregues a um destino bem pior do que aquele que as fez entrar naquelas portas. O mal habita em toda a parte...

Kim Stone a inspetora protagonista deste livro, fez-me recordar Helen a personagem principal dos livros de M. J. Arlidge., devido a algumas semelhanças entre elas. Também Kim é um lobo solitário, com uma postura distante evitando e travando qualquer tipo de relacionamento com os outros e com um passado negro, que nos vai sendo revelado a pouco e pouco ao longo do livro. O uso de mota como meio de transporte e paixão, é outro fator em comum. Mas estas semelhanças ficaram-se pelo inicio pois a autora deu a Kim uma personalidade evolutiva que ao longo do livro foi-se afastando das semelhanças entre Helen, dando-lhe um toque único, tornando-a mais acessível, menos fria e com uma certa dose de humor negro e ainda bem que o fez, pois para mim salvou a personagem. Gostei imenso da dupla kim e Briant, este ultimo é responsável por equilibrar as atitudes de Kim e embora ela não queira admitir, o papel dele é demasiado importante na sua vida. Toda a equipa de investigação conquistou-me.

O livro está escrito de forma fluida com capítulos pequenos e com breves interrupções, para uma narrativa na primeira pessoa feita pelo criminoso, isto sempre que a investigação chega a uma evolução que permite dar-nos a conhecer a motivação do criminoso para as suas atitudes. Através desses capítulos, envolvemos-nos com uma mente doente e capaz das maiores atrocidades.

Resumindo: gostei do livro e como já referi, vejo grande potencial nesta autora. Vou continuar acompanhar as suas obras, mas espero que as próximas sejam mais e melhores exploradas.  

Classificação Aneal: (7/10)

A Vida dos Outros, de Sophie Hannah, [Opinião]



Género: Policial/Thriller
Editora: Edições Asa
Sinopse: Aqui


Opinião: By Aneal


“A Vida dos Outros” foi o primeiro livro que li da autora Sophie Hannah e fiquei surpreendida com o enredo original e criativo, os meus parabéns à autora.



Um livro cheio de tensão, carregado de personagens bizarras que ocultam segredos, vivendo as suas vidas sob uma grande pressão psicológica, reflexo do passado e presente. Personagens que me prenderam e atraíram para um labirinto, fazendo-me sentir deliciosamente perdida, aproveitando cada pequena indicação que a autora ia me oferecendo ao longo do livro, sobre a direção a seguir com as minhas teorias. Os segredos vão sendo revelados lentamente, mas deixando sempre uma sensação ao leitor de que ficou ainda muito por revelar.

Um enredo alucinante e engenhosamente escrito, que me viciou desde a primeira até à ultima página. Cada palavra, frase, parágrafo era como uma droga sofrendo os sintomas de abstinência nos períodos em que não tinha o livro nas minhas mãos.

Um livro surpreendente e impiedoso, que nos baralha, nos suga as horas. Um mistério com uma dimensão de novelo, que vai sendo esticado ao longo das 520 páginas, provocando uma grande ansiedade no leitor em agarrar a ponta escondida bem no centro do novelo.

Um final surpreendente, onde a trama é encerrada através de uma narrativa que nos mostra o desequilibro que a nossa mente pode atingir...

O único ponto negativo a apontar a este livro, foi no final onde a autora maçou-me um bocado com tanta teoria e especulação, através dos diálogos da policia, mas talvez tenha sido por estar a pensar que já era altura de eu acabar com o livro.

Adorei e preciso nos próximos tempos ler outro livro da autora, para ver se este foi um livro isolado ou se tenho estado a perder uma excelente autora de thriller.

Classificação Aneal: (8/10)  


O Apelo do Anjo, de Guillaume Musso, [Opinião]



Género: Romance/Thriller
Editora: Editorial Planeta
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal


“O Apelo do Anjo” foi uma leitura que iniciei com muita cautela. Não conhecia o autor nem as suas obras, não sabia de todo o que me esperava. Fui atraída pela palavra “mistério” e retraída pela palavra “paixão”, com receio de tropeçar num romance, um género que não aprecio muito. Mas como li alguns comentários que mencionavam que este livro de Guillaume Musso era maioritariamente policial, aventurei-me.

Começou com uma história que me retraiu, com medo de o meu receio se confirmar. Um encontro acidental entre um homem e uma mulher, levam a uma sequência de acontecimentos que desde logo dá para prever, que embora separados pelo atlântico iria desenvolver-se entre eles um romance. Mas de repente a história muda de rumo sofrendo uma tremenda reviravolta e eu fico colada ao livro, rendendo-me ao mistério de uma trama muito bem elaborado.

A sinopse é fiel ao que se pode esperar do livro e se esta é atrativa o livro é ainda mais. Gostei muito das personagens Madeline e Jonathan, que repentinamente de simples civis, se tornam investigadores por conta própria de um caso arquivado e encerrado, levados por um fator e um elemento comum pertencente ao passado de cada um deles.

Composto por diversos pequenos mistérios, estes vão sendo descortinados a pouco e pouco, seguindo uma cronologia muito bem planeada pelo autor, de forma a criar um puzzle obrigando o leitor a tentar encaixar todas as peças, para no final ficar com a obra completa e o mistério central resolvido.

Um livro que se tornou uma verdadeira e agradável surpresa, fiquei satisfeita por ter apostado nesta obra. Não sei como são os seus anteriores livros, mas faço questão de experimentar pelo menos mais um do autor.   

Classificação Aneal: (7/10)

Nunca Perdoar, Nunca Esquecer, de Chelsea Cain, [Opinião]



Género: Thriller/ação
Editora: Saída de Emergência
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal

Um livro que comecei por estranhar, mas que acabou por se tornar numa leitura confortável.

O tema deste livro é o rapto de crianças por uma rede de pedofilia. Kick é uma jovem que aos 12 anos fora resgatada pelo FBI após 6 anos a viver com um casal de raptores. Para ela a realidade era aquela que vivia com aquele casal, a quem chamava de pai e mãe. A sua verdadeira identidade ficara recalcada nas profundezas do seu subconsciente e cabe aos psiquiatras a árdua tarefa de reintegrá-la na sua verdadeira família e ajudá-la assumir a sua verdadeira e esquecida identidade. Mas as marcas ficaram gravadas de forma traumática em kick e a autora criou-a como uma personagem estranha, anti-social, vivendo uma vida claustrofóbica, lutando com o pânico e a ansiedade, ela é tudo aquilo que se esperava que fosse para tornar a sua personagem realista.

Bishop e Kick levam-nos numa demanda, onde ela tem de usar as suas recordações acerca dos diferentes locais onde esteve aprisionada, para que ambos possam seguir os passos e resgatar duas crianças desaparecidas, que desconfiam estarem nas mãos de membros pertencentes à rede. Uma luta contra o tempo, por uma mulher cheia de traumas à mercê dos seus sentimentos de contrariedade e por um homem ágil e sedutor, cujo interesse em apanhar os culpados e salvar as crianças é um mistério.

Ao contrário do que está escrito na contra capa, não o achei aquele livro excecional de tirar o fôlego, mas é um livro cheio de ritmo que me apaixonou. Gostei especialmente do mistério que envolve a personagem de Bishop, um homem com recursos ilimitados, que simplesmente não existe...gostei da caracterização realista que a autora deu a Kick e da muito soft abordagem ao síndrome de Estocolmo, dando-nos uma ténue visão de como pode agir um raptor para levar a que alguém desenvolva um sentimento de simpatia ou até mesmo de amor por ele. Adorei ainda mais, o imprevisível final que a autora deu à relação agressor/vitima.

O fim esse, deixa em aberto um grande mistério, preparando o leitor para a continuação de um novo livro, que desconfio ser melhor que este primeiro, pelo que não quero por isso perder o próximo.

Classificação Aneal: (7/10)

O Samaritano, de Mason Cross, [Opinião]



Género: Thriller/Policial
Editora: TopSeller
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal



“O Samaritano” é o segundo livro de Mason Cross, que continua com Carter Blake como personagem principal, um profissional perito em encontrar pessoas que não querem ser encontradas.



Se de um lado temos Blake que conhece a identidade do assassino, do outro temos uma dupla de investigadores que apenas podem recorrer às pistas que vão surgindo, para avançar na sua investigação, desconhecendo por completo quem é o autor de todos aqueles crimes que vêm a ser cometidos desde os anos 90 e em diversos estados. É preciso reunir forças e informação entre eles, mas Blake não está disposto a contar tudo o que sabe e os dois detectives acabam por ficar em perigo, bem como o próprio Blake.

Comparativamente ao primeiro livro do autor “O Caçador”, este tem muito menos ação de perseguição e muito mais investigação policial. Gostei muito mais deste do que o anterior.

Embora Blake continue a ser a personagem principal, Mason em “O Samaritano” deu mais protagonismo a Allen, uma investigadora da policia, altamente inteligente e profissional, que a dada altura e já bem próximo do fim, aceita a oferta de ajuda de Blake no sentido de capturarem o assassino. Até lá, todo o livro é baseado na investigação por parte dos investigadores da policia de Los Angeles, com o FBI à mistura e a tensa relação existente entre as duas forças policiais. Durante grande parte do livro, Blake foi um mero espectador da investigação e informador do leitor sobre a personalidade do assassino.

Menos perseguições, mais mistério, muito mais investigação, sem pontos mortos...com um final a surpreender o leitor pelo desenrolar da acção, “O Samaritano” é um livro policial que proporciona uma boa leitura. Gostei muito, aguardo o próximo do autor.


Classificação Aneal: (7.5/10)

O Silêncio do Mar, de Yrsa Sigurdardóttir, [Opinião]



Género: Thriller
Editora: Quetzal Editores
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal

Yrsa é uma autora que me fascina com a sua escrita única. A ilusão que ela dá do sobrenatural nos seus mistérios é algo do qual gosto imenso.
"O Silêncio do Mar" é um livro cheio de suspense e mistério que nos faz duvidar da lógica. 

Neste livro Yrsa oferece-nos dois mistérios em paralelo, o da investigação levada a cabo por Thora e o que envolve a viagem em alto mar com os sete tripulantes desaparecidos, escritos em capitulos alternados, mantendo sempre um enorme suspense na mudança de cada um, suspense esse que se arrasta até à última página.

Thora é uma personagem que me cativou desde o primeiro livro escrito com ela como protagonista. Neste Yrsa centrou-se mais na investigação e menos na vida pessoal da Thora, apenas deu um papel mais ativo à sua secretaria Bella, que embora o seu tão característico mau humor e desobediência, acabou por proporcionar umas passagens bem engraçadas ao livro.

Um livro que me arrastou para o interior de um denso mistério, à medida que fui avançando na sua leitura, ao ponto de a determinada altura não conseguir largá-lo. Uma leitura que aconselho sem reservas.

Classificação Aneal: (8/10)





Moonlight Mile, de Dennis Lehane, [Opinião]



Género: Thriller
Editora: Porto Editora
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal

Fiquei muito contente aquando do lançamento deste novo livro de Dennis Lehane, mas estava à espera de muito mais do que o livro me ofereceu.

É um livro em que a pouca acção que tem, está toda ela concentrada apenas nas últimas páginas. A dupla de investigadores Patrick e Angie, agora casados e com uma filha, mudaram a história daquele inteligente dueto que se completava nas investigações.

O que prevalece neste livro e que gostei bastante é o humor sob tensão de Patrick, da picardia entre o casal, a forma como eles se completam devido ao carácter de cada um e do tema abordado pelo autor para escrever o enredo do livro.

O que menos gostei: A cansativa descrição minuciosa dos locais onde Patrick se encontrava, descrito por ele, para que visualizasse-mos através dos seus olhos o que ele próprio via , já para não falar da indumentária de cada personagem que se encontrava nesses locais, desde os sapatos até ao chapéu, se fosse o caso. De salientar que estas descrições a que me refiro, em nada contribuíam para o desenrolar do enredo. 

Achei "Moonlight Mile" um livro escrito de forma cinematográfica, pelo que daria uma boa adaptação ao cinema. 

Para os fãs do autor e que gostaram de "Gone Baby Gone", não deixem de ler este livro, pois a trama diz respeito ao caminho seguido por Amanda, 12 anos após o seu resgate por Patrick. Para mim, um livro para fazer companhia pois lê-se bem e rápido, mas não para me deixar a pensar mais nele, assim que o acabei.

Classificação Aneal: (6/10)

Confissões, de Kanae Minato, [Opinião]



Género: Thriller
Editora: Suma de Letras
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal

“Confissões” foi sem duvida escrito por uma mente brilhante. Um livro onde a vingança pode adquirir diversas formas, onde a crueldade não tem idade definida para desabrochar. Um livro sobre a escuridão que habita na mente humana, por vezes adormecida, sobre como podem determinados fatores acordar a besta que se alimenta dessa escuridão, transformando a mais improvável pessoa num assassino.

Um livro chocante, cruel e realista, que aborda diversas situações capazes de influenciar o desenvolvimento do carácter numa tenra idade, com uma forte necessidade de valorização e reconhecimento quer no seio familiar, quer na escola. Como pode uma má interpretação de atitudes, desencadear uma sequência de atos cruéis e como esses atos são apenas o começo de uma vida onde a inocência de criança deixa prematuramente de existir para dar lugar a um ser desumano.

O livro está escrito sob a forma de diversos capítulos, narrados por diferentes personagens na primeira pessoa. A impotência de uma mãe, a vingança de outra. A indignação de uma irmã, a revolta de uma amiga, a confissão dos dois assassinos alternando com o antes e o depois do fatídico dia, incluído como foi e porquê, planeado e executado o crime.

Um livro de reflexão, que aborda a educação e o seu papel no desenvolvimento da personalidade das crianças e jovens.Também nos dá a conhecer um pouco da cultura japonesa no que respeita ao sistema educacional e judicial.

Por tudo o que referi, classifico este livro como bom e recomendo a sua leitura, no entanto embora tenha gostado bastante do tema abordado e da forma como o livro está estruturado, fiquei com a sensação de que o livro não preencheu na totalidade as minhas expectativas como thriller psicológico, deixando-me um pequeno vazio por preencher.




Classificação Aneal: (6.5/10)

A Quinta Estação, de Mons Kallentoft, [Opinião]



Género: Policial/Thriller
Editora: Dom Quixote
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal

Mons é um fenómeno da literatura policial nórdica. Para mim os seus livros são “arte”, a sua escrita é quase poética no meio de todo aquele horror e de um mal no seu estado mais puro. Uma escrita macabramente envolvente, uma exploração assustadora do comportamento humano.
A sua ousadia vai muito para além do que outros autores se atreveriam, mas é isso que faz com que Mons se destaque, tornando-se para alguns um autor estranho e para outros um autor a seguir religiosamente.

Um livro que não nos poupa a pormenores, com descrições arrepiantes do estado e tortura a que foram sujeitas as vitimas, que nos faz perceber que ainda não lemos tudo que há para ler sobre a maldade e escuridão que habita no ser humano.

Os livros de Mons têm em mim um efeito hipnotizante, uma vez iniciado não há como largá-lo. Não são livros para se lerem na paragem do autocarro, no comboio ou em qualquer outro lugar público, são livros para saborear cada palavra num ambiente de conforto, sem horas marcadas para interrupções.

São como arreias movediças que me arrastam para as profundezas, das quais não quero voltar, deixando-me envolver pelos seus cenários perturbadores, pelas paisagens cheias de vida narradas através de figuras de estilo e pelo encanto dos parágrafos das vitimas que falam com Malin e com o leitor num plano superior após a morte, sendo esta uma grande marca do autor.

“ A Quinta Estação” é um livro assustador e impressionável, que vem fechar o capítulo acerca do grande mistério que envolve a personagem do primeiro volume da série - Maria Murval, graças à persistência e obsessão de Malin. Esta, embora consiga mudar um pouco o seu rumo neste livro, continua a lutar contra os esqueletos que guarda no armário, procurando alcançar a paz.  Os monstro que habitam dentro dela, continuam alimentar-se dos seus sonhos, dos seus medos, exercendo controlo sobre a sua vida sofrida. Ela é uma agradável companhia ao longo das 500 páginas. 

Como já deu para entender, adorei "A Quinta Estação", gosto cada vez mais de Mons Kallentoft e após a leitura deste último livro, para mim o melhor de todos, posso acentuar, que pertence à lista dos meus autores preferidos.

Classificação Aneal: (9/10)

O Segredo do Escritor, de Liz Nugent, [Opinião]



Género: Thriller
Editora: Marcador
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal


O livro começa com a narrativa na primeira pessoa de Oliver, que me provocou um sabor a fel na boca, tal é o veneno que escorre daquelas palavras. Somos confrontados com uma personagem desprezível, repugnante, um sociopata, no entanto com o avançar da leitura fui-me habituando e deixei de estranhar as suas narrativas e em determinada altura, embora não aceitando-o como justificação para qualquer atitude, acabei por perceber como pode alguém se tornar assim.

Para além dos capítulos narrados por Oliver, também ao longo do livro, várias personagens intervém, cada uma com direito a um capítulo contado na primeira pessoa, relatando de forma lenta para conservar algum mistério ao longo do livro, uma sequência de acontecimentos onde estiveram envolvidos juntamente com Oliver. Esses relatos vêm confirmar ainda mais a sua mente perturbadora. Ele é nos dado a conhecer, não só através dos seus pensamentos e sentimentos, como através desses relatos. Este livro é escrito sob a forma de testemunhos.

A minha repugnância por Oliver andou sempre de mão dada com a intriga, terá havido em determinada altura algum acontecimento desencadeante que o levara a tornasse naquilo que era?

Um livro que me colocou nos bastidores da história de um homem e ao mesmo tempo diante da sua autobiografia, reforçada com o testemunho de todas as personagens do livro.
Ao longo do livro, foi traçado um esboço, pintada uma tela, cuja obra final é um “homem perfeitamente monstruoso”.

“O Segredo do Escritor” é um thriller diferente pela forma como está estruturado, gostei dessa estrutura. Embora o enredo não me tenha enchido as medidas, não deixou de ser bastante interessante conhecer a mente de um sociopata, da capacidade de jogar também ele com a mente dos outros e do argumento usado pela autora como fator desencadeante. Lê-se bem e rápido.

Classificação Aneal: (6/10) 


A Casa da Morte, de James Patterson e David Ellis [opinião]


Género: Thriller/ Policial
Editora: Topseller
Sinopse: Aqui


Tiro opinativo: By Corvo 

Este thriller deixou-me extremamente satisfeito, valeu bem a pena ter arranjado este cartucho e foi perfeito tê-lo explodido em dias de calor, com o mar como pano de fundo, até porque que já há algum tempo que não lia policiais e por isso fui agradavelmente surpreendido. 

Pensei que o assassino era aquele, depois era o outro… À medida que lia, ia ficando mais baralhado, vários suspeitos… Fiquei desconfiado em relação a um sujeito, mas ponderei que não podia ser esse, e afinal era esse mesmo. 

Nos policiais, os fortes suspeitos nunca são os assassinos, por isto é fácil para quem lê demasiados policiais, no entanto este cartucho tem os ingredientes originais (relativamente à Casa da Morte e à família de várias gerações) e fica-se sempre com comichão até as peças se encaixarem nos devidos lugares. 

E gostei bastante do final. 

Foi a primeira vez que li o cartucho da dupla James Patterson e David Ellis, fazem um bom par de escritores, constei a diferença entre os dois, as cenas passadas no tribunal é com Ellis uma vez que ele próprio é advogado; e os crimes, o suspense e as personagens são com o Patterson que é bom nisso, que faz com que fiquemos envolvidos no enredo sem darmos conta do tempo e da realidade, sentimos na pele o ambiente macabro da Casa da Morte. Desta dupla, saíram publicados mais 2 cartuchos, “Invisível” e “A Amante” que vão ser os próximos a ser explodidos. É uma dupla a seguir.


Opinião: By Aneal


Antes de começar a escrever a minha opinião, quero aqui deixar uma critica. As capas e os títulos dos livros de Patterson, nunca foram muito atractivas na minha opinião, e esta não fugiu à regra, aliás a casa, muito bem descrita no livro, é completamente diferente daquela que vemos na fotografia da capa. É uma casa de estilo gótico, em forma de castelo...não preciso dizer mais nada.

“A casa da morte” cativou-me logo de início pelo facto de estar escrito, em separações temporais alternadas, coisa que venho a gostar cada vez mais. Está separado por “livros” dentro de um só livro. 

No presente, Um duplo homicídio cruel, a captura e acusação de um homem - Noah, uma investigadora que inicialmente duvida da sua culpabilidade, mas um acontecimento dramático vem alterar tudo. 
Uma batalha em tribunal, uma acusação disposta a tudo até mesmo à mentira para encarcerar Noah até ao restos dos seus dias. Uma defesa que se agarra à falta de provas e ao facto das testemunhas serem pouco ou nada fiáveis...a vitória da acusação, a prisão de Noah. O desespero deste homem vendo a sua esperança a morrer dia após dia, sem conseguir visualizar qualquer futuro, ele que se torna cada vez mais duro e amargo. 

Também aqui é nos apresentada a inspectora Jenna, uma mulher habituada a confiar no seu instinto, que tem dificuldade em relacionar-se com o sexo oposto, cujo regresso aquela cidade trouxe-lhe pesadelos que ela não consegue decifrar, levando-a refugiar-se demasiado no álcool. Noah e Jenna foram duas personagens que me cativaram imenso.

No "livro" do passado, começamos a interagir com o criminoso, mantendo a sua verdadeira identidade anónima, mostrando até que ponto ele é um monstro com uma mente distorcida, infligindo uma morte lenta ás suas vitimas, tirando o maior partido do seu sofrimento, alimentando-se do medo das suas presas. Também ficamos a saber como procura e selecciona as suas vitimas e o que o impulsiona a cometer os seus crimes. Ele é um criminoso metódico, sádico e inteligente.

Um livro que a dada altura nos arrasta para o centro de um remoinho de acontecimentos, nos faz desconfiar de tudo e de todos, tornando-se difícil largá-lo,  pensando na urgência de chegar à ultima página. As últimas 100 páginas foram de pura ansiedade que não me derem tréguas.

Mais uma vez (isto porque tem me acontecido muito nos últimos tempos), vi confirmada a minha suspeita acerca do autor dos hediondos crimes, no entanto fui surpreendida no final por uma grande revelação. Um livro que proporciona uma agradável leitura policial.


Classificação Corvo: Cartucho de Prata (4,5/5)

Classificação Aneal: (7/10) 

Na Escuridão, de Faye Kellerman, [Opinião]



Género: Policial
Editora: Harper Collins 
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal

“Na Sombra” é um policial com ritmo, cheio de protagonistas, onde suspeitos não faltam. Uma investigação com requinte, uma equipa de investigadores que cria uma grande empatia ao leitor, onde reina o bom humor, para além de estarem dotados de um grande profissionalismo. Faye conseguiu divertir-me com os diálogos das suas personagens.

ao contrário da maioria dos policiais, Faye criou como personagem principal Decker, um inspector-coordenador de homicídios à imagem de uma pessoa divertida, com uma relação de companheirismo com os seus subalternos, com um ambiente familiar sereno e de grande cumplicidade com a esposa. Deliciei-me com o afeto entre os dois e suas ternas picardias.

O enredo da história esse não é nada de complexo, sem grande enigma, com um final sem grande surpresas para mim, pois logo cedo consegui prever o responsável pelos crimes. No entanto é escrito de forma a proporcionar uma agradável leitura, acompanhando a investigação no terreno em tempo real, investigação essa baseada na eliminação de suspeitos, que como já referi, são bastantes. 

Um livro que se lê muito bem e embora as suas 430 páginas, não se tornou maçudo, pelo contrário foram cinco dias em torno de uma leitura mais relaxada e foram cinco dias, porque o calor foi inimigo da minha leitura, caso contrário nunca levaria tanto tempo.

Uma leitura que recomendo, uma autora acompanhar. Um livro que me deixou com pena de ter de abandonar as suas personagens residentes, adorei-as!

Classificação Aneal: (6.5/10)