Leitura: 02 a 14 Agosto de 2013
Páginas: 392
Editora: Editorial Presença
Sinopse: aqui
Que dizer acerca desta última obra publicada cá em Portugal,
deste magnifico autor que é o Khaled Hosseini? Li os dois livros anteriores
como “Mil Sois Resplandecentes” e “O Menino de Cabul”, e adorei ambos. O autor
tem um dom para descrever as emoções, com uma poesia palpável e tocante, tecida de
palavras, capazes de nos transportar para dentro dos personagens e sentir toda a
sua dimensão de dor e amor. A Beleza a sobrepor-se à tragédia, à morte e à
guerra. O Amor sobrepor-se à violência e à miséria. A Amizade a colorir com o
seu arco-íris sobre a crueldade da Vida.
Nos primeiros capítulos desta nova obra épica, somos absolutamente
absorvidos pela história lendária que o pai Saboor relata aos seus dois filhos, o
Abdullah de 10 anos e a Pari de 3 anos,
tão inseparáveis, agarrados como um só irmão. Depois somos confrontados com o
desaparecimento da Pari que foi vendida. Recuamos ao passado e testemunhamos a
estreita ligação entre os irmãos. A Pari que foi a Luz e a Alegria do Abdullah no meio de tanta miséria. As penas das
aves fizeram o meu coração chorar de comoção e o cão da Pari
perante o desaparecimento da sua pequena salvadora, marcou-me fortemente. Depois estamos
com o Tio Nabi que teve um papel nisto tudo, relatando na primeira pessoa,
através da sua carta antes de morrer, onde explica o que aconteceu aos dois
irmãos na dolorosa e cruel separação e para onde foi a Pari. Até aqui, foram as
melhores partes do livro que eu teria considerado como um cartucho de ouro.
A partir do 7º capítulo, somos travados bruscamente com o
aparecimento de novos personagens que não sabemos quem são, o que nos obriga a
esforçar como se estivéssemos no início do livro. Isto estragou a fluidez e a
força do resto da história, fez com que o Abdullah e a Pari passassem para o
segundo plano à luz de velocidade das estrelas, ficando tão distantes e quase
esquecidos, e quando nos reencontramos com os dois irmãos na parte final, já nos
são estranhos, e o desfecho é um rio turvo de desilusão que vai dar à imensidão
do oceano aberto.
Classificação
Cartucho de Cobre