Gritos Silenciosos, de Angela Marsons, [Opinião]



Género: Policial/Thriller
Editora: Quinta Essência
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal

Este é o primeiro livro de Ângela Marsons, e fiquei com a sensação de que foi escrito um pouco a medo. O tema abordado já não é novidade nenhuma no meio da literatura policial, diria até que já começa a ser bastante badalado. As personagens, a meu ver, tiveram uma pequena inspiração em outras que conheci doutros autores e o final teve um encerramento demasiado rápido, para quem dava a impressão de que queria ludibriar o leitor para depois lhe atirar com uma revelação de cortar a respiração. Se era esse o objetivo, não foi atingido. Quanto à identidade do culpado, a autora conseguiu manter-me na ignorância até ao fim.

Esquecendo outros livros e outros autores, gostei deste livro e vejo a Angela Marsons com grande potencial para se tornar uma autora de culto dentro do género. 

“Gritos Silenciosos” é um policial intrigante, com uma investigação bastante realista e fácil de acompanhar, uma história de crimes arrepiantes e segredos passados obscuros.

O enredo escolhido aborda uma temática delicada. Fala-nos de segredos escondidos no interior dos lares que acolhem crianças indesejadas e frágeis, despojadas da sua humanidade e identidade, colocadas aos cuidado do estado por motivos diferentes, mas nenhum deles positivo. Em comum todas têm, o direito de serem protegidas das desgraças que as levaram até ali, mas não é novidade nenhuma para nós, que em muitas destas instituições não é encontrada a proteccão que necessitam, por vezes ficam entregues a um destino bem pior do que aquele que as fez entrar naquelas portas. O mal habita em toda a parte...

Kim Stone a inspetora protagonista deste livro, fez-me recordar Helen a personagem principal dos livros de M. J. Arlidge., devido a algumas semelhanças entre elas. Também Kim é um lobo solitário, com uma postura distante evitando e travando qualquer tipo de relacionamento com os outros e com um passado negro, que nos vai sendo revelado a pouco e pouco ao longo do livro. O uso de mota como meio de transporte e paixão, é outro fator em comum. Mas estas semelhanças ficaram-se pelo inicio pois a autora deu a Kim uma personalidade evolutiva que ao longo do livro foi-se afastando das semelhanças entre Helen, dando-lhe um toque único, tornando-a mais acessível, menos fria e com uma certa dose de humor negro e ainda bem que o fez, pois para mim salvou a personagem. Gostei imenso da dupla kim e Briant, este ultimo é responsável por equilibrar as atitudes de Kim e embora ela não queira admitir, o papel dele é demasiado importante na sua vida. Toda a equipa de investigação conquistou-me.

O livro está escrito de forma fluida com capítulos pequenos e com breves interrupções, para uma narrativa na primeira pessoa feita pelo criminoso, isto sempre que a investigação chega a uma evolução que permite dar-nos a conhecer a motivação do criminoso para as suas atitudes. Através desses capítulos, envolvemos-nos com uma mente doente e capaz das maiores atrocidades.

Resumindo: gostei do livro e como já referi, vejo grande potencial nesta autora. Vou continuar acompanhar as suas obras, mas espero que as próximas sejam mais e melhores exploradas.  

Classificação Aneal: (7/10)

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