Não Digas Nada, de Mary Kubica, [Opinião]




Género: Thriller 
Editora: TopSeller
Sinopse: Aqui


Opinião: By Aneal


As narrativas com diferentes momentos temporais estão bastante na moda e este livro é mais um, escrito dessa forma. Dividido entre o “antes" e o “depois” do rapto de Mia, alternados por capítulos pequenos, narrados na primeira pessoa por Gabe (responsável pela investigação do rapto de Mia), Colin (o raptor) e Eve (a mãe de Mia). 
Embora Mia seja a personagem principal e a narrativa gire em torno dela, é através destas três personagens que conhecemos Mia como pessoa e como vitima, bem como a história da sua família. Também nos é permitido acompanhar a investigação durante o seu desaparecimento e após a sua libertação.

“ Não digas Nada” começa com um rapto, que não corre conforme planeado, transformando-se numa história emocionante que me agarrou e surpreendeu, provocando em mim uma forte ligação a Mia e a Colin. A leitura tornou-se compulsiva, ansiosa pelo desenrolar e desfecho daquela que se tornara a história de duas pessoas que tinham tanto de diferente como de comum...

No seio de uma famíla rica, uma mãe desesperada, um pai mais preocupado com as aparências da sua carreira de juiz, que propriamente com o desaparecimento de sua filha, um detetive determinado em encontrar a jovem, um raptor que com a alteração dos seus planos altera por completo o seu destino e o de sua vitima.

Um livro leve mas marcante, uma história simples de pequena carga psicológica mas emocionante, um desfecho surpreendente e triste. 

Mary Kubica já pertence à minha lista de autores a não perder, tendo em conta que conheci a sua escrita com o segundo livro "Vidas Roubadas", que gostei tanto que tive de procurar este. Comparando os dois, gostei mais deste.

Classificação Aneal: (8/10)

Os Inocentes, de Taylor Stevens, [Opinião]



Género: Ação/Thriller 
Editora: TopSeller
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal

Quando iniciei este livro e após ler a sinopse, estava à espera do relato de um rapto e de uma missão de resgate cheia de acção, no entanto para além disso, fui confrontada com uma leitura chocante e com o avançar das páginas mergulhei numa negra história. “Os Inocentes” é um livro que tem tanto de bom como de chocante.

Mas quem são “Os Inocentes”? São crianças que não gritam nem se queixam, ensinadas acatar ordens, sem questionar, crianças que já não pertencem aos seus pais, que se tornam propriedade de um “profeta”, que delas faz o que quer, usando como doutrina que tudo é permitido desde que seja fundado no amor. É a partir disto que entramos no horror da pedofilia, na inocência de uma infância perdida, no fanatismo doentio tão próprio de muitas seitas religiosas.

Munroe a heroína de “O Informacionista”, está de volta neste livro, mais letal e mais atormentada que nunca. Não conseguindo desligar-se do seu passado, que já não a visita apenas nas suas memórias, mas chega todas as noites sob a forma de pesadelos, tornando insuportável a sua existência e levando-a a um estado de auto-destruição.

Contudo ela é a pessoa indicada para ajudar o seu amigo Logan a resgatar uma menina que foi retirada à sua mãe e entregue pelo padrasto a uma seita religiosa denominada “Os Eleitos”. Acompanhada mais uma vez por Miles, ambos irrompem numa aventura cheia de adrenalina desta vez em Buenos Aires, onde o tempo é o seu pior inimigo, colocando a sua vida em perigo e oferecendo ao leitor momentos cheios de tensão.

“Os Inocentes” é um livro que nos recorda, mostra e faz reflectir, sobre o quanto a mente humana pode ser fraca e facilmente manipulada, como o mundo pode ser cruel para os indefesos que caiem nas mãos de predadores e as consequências marcantes desses actos.

Adorei este livro, mais do que o anterior. Menos descritivo em relação aos cenários, a acção embora presente, não é tão vertiginosa, mas a componente psicológica neste é mais intensa. 

Pelo que li da bibliografia da autora, ninguém melhor que ela para agarrar neste tema e escrever um fantástico livro aproveitando a sua experiência de vida, partilhando-a com os seus leitores, oferecendo uma escrita capaz de despertar um turbilhão de sentimentos e que fez com eu pegasse no livro e me apagasse para tudo o que me rodeava, ficando apenas eu e as letras impressas nas suas paginas.

Vou ficar ansiosamente à espera do seu terceiro livro "A Boneca". Taylor tornou-se uma escritora a não perder!




Classificação Aneal: (8/10)


A Viúva, de Fiona Barton, [Opinião]



Género: Policial/Thriller 
Editora: Editorial Planeta
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal

"A Viúva" é um livro escrito por capítulos alternados pertencentes a diferentes personagens, titulados logo no inicio para sabermos a quem se referem – A Viúva, A Jornalista, O detective, A Mãe. Todas elas muito bem exploradas.

Os que se referem à viúva Jean, são narrados na primeira pessoa, colocando a nu todos os seus sentimentos, pensamentos e pressão psicológica. Jean abre-nos uma porta e convida-nos a entrar no seu mundo descrevendo-o como o vê, o sente, as mudanças que assombraram e continuam assombrar a sua vida. Foram estes capítulos que a dada altura provocaram-me uma angustia, sempre que chegavam ao fim para passarem a outra personagem, tendo que aguardar pela continuação do descortinar de toda a verdade.

Os Capítulos do detective são relatados na terceira pessoa e referem-se ao rapto da criança, quando e como, à investigação levada a cabo para descobrir o culpado, como foi que o seu caminho se cruzou com Glen e Jean e é com ele também que encerra esta história.

“A Viúva” é um livro intenso, que nos transporta para um mundo cheio de emoções fortes, capaz de mexer com a nossa cabeça. Aborda um tema muito delicado que é a pedofilia, mas a história daquele casamento, daquela doentia relação, é tão criativa que consegue absorver-nos e arrepiar-nos com a mesma intensidade.

Gostei das mudanças temporais, está muito bem escrito e estruturado, um livro muito envolvente.

Será possível a nossa mente pregar-nos partidas a ponto de só vermos aquilo que queremos? vivermos num conto de fada, sem nos darmos conta que a fada afinal é um monstro? Da nossa existência, seremos nós capazes de só absorver o real ou conseguiremos ajustar uma fantasia à nossa vida, na presença de uma lacuna impeditiva à nossa felicidade?





Classificação Aneal: (7/10)

Corrupção na Justiça, de Lisa Scottoline [opinião]


Género: Thriller 
Editora: Editora Presença 
Sinopse: Aqui 


Tiro opinativo: By Corvo 


Depois de ter lido "Não contes nada" de Lisa Scottoline, fiquei desejoso por explodir mais livros desta autora, fui à procura e vim a descobrir que já existiam publicados, cá em Portugal, mais dois livros da Editora Presença, da coleção Fio da Navalha: "Corrupção na Justiça" e "Identidade Falsa". 

Os dois livros pertencem à serie Rosato and Associates, sendo "Corrupção na Justiça" o 3º volume e "Identidade Falsa" o 4º. Apesar deste salto na sequência, não me fez confusão. Devora-se muito bem desde o principio ao fim, não havendo quebras ou "buracos" relacionados com anteriores volumes. 

Gostei bastante deste cartucho, não conseguindo largar-lo até chegar à ultima página. Suspense e acção permanentes, numa corrida contra o tempo em contagem decrescente, em que não há tempo para respirar, a partir do momento em que um cliente altamente influente e rico confessa à sua advogada de defesa que é culpado e não inocente, que matou a sangue frio um sem abrigo e não em legitima defesa, embora as provas indiquem a sua inocência. Dentro de 24 horas, o júri vai deliberar o veredicto: "culpado" ou "inocente"... 

Sinopse: "Numa autêntica corrida contra o relógio, a prestigiada advogada tenta arranjar provas que condenem o seu cliente, antes do veredicto final. Mas a reposição da justiça além de ser um processo complicado, pode-lhe ser fatal…" 

Recomendo a leitura aos fãs de adrenalina. "Corrupção na Justiça" é um livro cheio de acção com um final surpreendente e inesperadas reviravoltas. 

Classificação: Cartucho de Prata (4/5)

O Assassino de Cinderela, de Mary Higgins Clark e Alafair Burke, [Opinião]



Género: Policial
Editora: Bertrand Editora
Sinopse:Aqui


Opinião: By Aneal

A morte de Susan é um capítulo em aberto, pois nunca se descobriu quem foi o autor do seu assassinato à vinte anos atrás. Laurie Moran, uma jornalista e produtora televisiva, tem esperança que o seu programa “Sob Suspeita”, venha dar uma nova luz ao caso e quem sabe, trazer um desfecho para a família e amigos, que vivem sob a suspeita uns dos outros e sem saberem o que realmente aconteceu naquela noite fatídica. 

Para que o programa tenha sucesso é necessário recriar todos os passos da vitima naquela noite e das pessoas envolvidas no caso. Para isso Laurie faz os seus contactos, convence-os a participarem no programa e partir daí começa, juntamente com a sua equipa de filmagens, a sua investigação pessoal, pois ela fica com a sensação de que todos escondem algo. “Sob Suspeita” é um programa que poderá trazer ao de cima muitos segredos, o que coloca a equipa, a Laurie e outros em perigo de vida.

“ O Assassínio de Cinderela” começa com a apresentação de todas as personagens protagonistas em capítulos alternados, envolvendo-as num mistério que vai sendo descortinado à medida que vamos avançado na leitura, seja ele oferecido de bandeja por parte das autoras ou através da investigação de Laurie.

Um livro de leitura leve, com uma investigação simples mas muito bem elaborada. Rico em intrigas, as personagens conforme já referi são misteriosas e portadoras de alguns segredos. Com capítulos curtos e mudança de cenários, com um desenrolar da ação que me prendeu até ao final, embora a dada altura este se tenha tornado previsível.

Embora este livro tenha sido escrito em parceria com Alafair Burke, considero que este se manteve fiel ao estilo que tanto gosto de Mary Higgins Clark.

Sendo “O Assassino de Cinderela” o primeiro volume da série “Sob Suspeita”, fico aguardar, o segundo que está previsto para 2017, com o título de “Toda Vestida de Branco”

"Ela ficou conhecida do público como Cinderela...Mas, para uma mãe, será sempre Susan. E esta noite, no dia sete de Maio, precisamente vinte anos passados sobre a sua morte, esparamos que também sintam que a conhecem como Susan. O seu caso está agora oficialmente encerrado."

Classificação Aneal: (6/10)