A Vingança Serve-se Quente, M. J. Arlidge [Opinião]



Género: Policial/thriller
Editora: TopSeller
Sinopse:Aqui
Autor: M. J. Arlidge


Opinião: By Aneal

Um assassino impiedoso espalha o terror pela cidade, ateando três incêndios por noite, provocando vitimas. Durante a investigação chegam à conclusão que não se trata de um simples incendiário pirómano, isto é algo em grande...uma vingança talvez. Mas será o prazer de matar pelo fogo que move este assassino ou teria ele como alvo principal apenas uma das vitimas e as outras seriam por mero despiste? Parece não haver qualquer ligação entre elas.
É nos incêndios às residências que a equipa de investigação tem de se focar é aí que está a solução para descobrir o autor dos incêndios, os restantes são apenas uma manobra de diversão, para ocupar os bombeiros e estes não chegarem a tempo de salvar as vitimas.

O assassino vai-se tornando cada vez mais ousado e agressivo nos seus ataques às residências. Inicialmente começa por atear o fogo num ponto muito bem calculado de forma a que a propagação seja imediata, não dando grande hipótese às vitimas de se salvarem e por fim num dos seus ataques usa a própria vitima como tocha incendiária. A cidade vive noites de terror e destruição…os investigadores têm consciência de que enquanto não apanharem o autor destes horriveis crimes, nada o fará parar.

Neste livro, M. J. Arlidge escolheu um cenário diferente mas igualmente arrepiante e horrendo, a morte pelo fogo. 

Como em todos os livros de séries, este é mais um que nos permite conhecer cada vez melhor os protagonistas que sofrem uma grande evolução. Charlie agora mãe, tem neste livro um papel de maior destaque que os anteriores, as suas emoções estão ao rubro e ela está prestes a quebrar. Helen continua a sua luta para manter o seu profissionalismo e não se deixar afundar, continua a recorrer às sessões de sadomasoquismo para se libertar do mundo e de si própria, a dor é necessária para a fazer esquecer…um segredo que ela precisa a todo custo manter, mas que vê ameaçado.

Temos também a Emila Garanito, a já nossa conhecida jornalista sempre à procura da sua grande história, ansiando uma carreira em ascensão nem que para isso tenha que sacrificar tudo e todos, principalmente as tréguas que tinha com Helen.

Tirando o novo chefe do departamento que é um homem, toda a equipa de investigação é composta por mulheres, achei imensa piada esta escolha do autor, principalmente quando nos pomos a imaginar um grupo de “detetives de salto alto”. Elas são todas de uma elevada competência, astucia, lideradas pela melhor das melhores- Helen.

Como os anteriores, este é mais um livro que me sugou. Com capítulos pequenos, permite-nos mudar rapidamente de cenário, não causando cansaço ou saturação por andarmos ali sempre às voltas no mesmo, como me acontece com alguns livros policiais, isso não existe nos livros de Arlidge. A sua escrita é perfeita para mim que gosto de um livro que tenha avanço, acção, neles é escrito o essencial para que possamos conhecer e ganhar empatia pelas personagens, a equipa de investigação é de topo e o mistério é explorado de forma a prender-nos até ao desfecho final. Desde o seu primeiro livro, “Um, Dó, Li, Tá”, que senti que Arlidge iria pertencer à minha lista de autores a não perder. 


Classificação Aneal: (8/10)

O Discípulo, de Hans Rosenfeldt e Michael Hjorth - [Opinião]



Género: Policial/thriller
Editora: Suma de Letras
Sinopse: Aqui
Autores: Hans Rosenfeldt, Michael Hjorth


Opinião: By Aneal e Corvo


Este é o segundo livro da série "Sebastião Bergman", os protagonistas são os mesmos no que diz respeito à equipa de investigação, que vão sofrendo algumas evoluções interessantes ao longo do livro.

Nos anos 90, fora capturado e condenado a prisão perpétua hinde um assassino em serie que assassinava brutalmente mulheres, amarrando-as à cama com meias de nylon, violando-as e por fim cortando-lhes a garganta. 15 anos mais tarde começam a surgir novas mortes numa fiel cópia das de Hinde. Para os investigadores não há qualquer dúvida, estão perante não só de um novo assassino em serie, como de um imitador daquele que já se encontra preso, um caso em que Sebastian esteve envolvido na sua captura e inclusive escreveu dois livros.

Diferente da maioria dos autores, esta dupla optou por criar uma personagem principal, polémica - Sebastião, um homem recheado de cinismo, movido pela irritação, um forte desprezo pelos outros e tudo aquilo que representam, impulsivo, desprovido de escrúpulos, a repulsa pela afectividade que o leva a conquistar mulheres levando-as para a cama, posteriormente descartando-as, como lixo. Esta é a sua forma de ter controlo...

Mas depois de descobrir que Vanja é sua filha, Sebastian vê abalado todo o seu auto-controlo, seu ódio por aquele que diz ser o pai de Vanja e ocupa o lugar que acha de seu por direito, torna-o ainda mais cruel. Protegê-la, conquistar o seu afecto torna-se numa obsessão tal que ele começa a vigiar todos os seus passos, ele precisa voltar novamente a pertencer à equipa de investigação, para poder estar perto dela. Recorre assim a todos os argumentos junto de Tarkel para ser aceite, mas estava muito longe de imaginar o que iria descobrir assim que soubesse qual era a investigação…se até ali a equipa não tinha encontrado nenhuma relação entre as vitimas, a resposta estava com Sebastião. A relação era ele, todas elas em determinada altura tinham dormido com ele. Os crimes eram pessoais, a partir daí as pontas começam a ser atadas e a investigação começa avançar. Ele tornara-se vitima...ele tornara-se investigador...

Aneal: "O Discipulo" é escrito em capítulos pequenos, permite-nos acompanhar as diversas personagens em cada um deles. Na maioria é explorada a vida privada, sentimentos e fantasmas de todos os protagonistas. Também nos é permitido entrar na mente do assassino, sem revelar inicialmente a sua identidade. Mas houve essencialmente um capitulo que me marcou, não sou nenhuma ingénua, e sei que existe todo o tipo de barbaridades cometidas por alguns pais aos seus filhos e que esta não é uma novidade, mas confesso, que foi um choque e não estava de todo preparada naquele instante, para ler as palavras que descreveram a infância de Hinde, foi arrepiante….

Ao contrário de muitos, não consigo dizer se gostei mais ou menos deste do que "Segredos Obscuros". Se fosse a classificar quanto à parte policial investigação/crime, diria que gostei mais do primeiro, teve mais mistério e maior destaque. Este é um thriller mais psicológico que o anterior,  fazendo-nos uma visita guiada até às profundezas da obscuridade da mente humana. São ambos excepcionais, estes autores tornaram-se de culto para mim, seus livros são de leitura obrigatória.

A última frase deste livro, deixou-me inquieta...

CorvoEste cartucho "O discipulo" foi o melhor que já explodi! A originalidade, o terror e o encaixar das peças dos crimes. A carga psicológica dos membros da equipa de investigação com as suas fraquezas e descobertas pessoais, que me fez aproximar mais deles, com novas e outras considerações, sobretudo o Sebastian, a Vanja e o Billy. A descrição dos psicopatas e o motivo por que estes se tornaram em seres hediondos. 

Já estou absolutamente ansioso pela saída do 3º volume! 



Classificação Aneal: (9/10)
Classificação Corvo: Cartucho de ouro (5/5)

O Assassino do Crucifixo, de Chris Carter - [Opinião]



Género: Policial/thriller
Editora: TopSeller
Sinopse: Aqui


Opinião: By Aneal 

Quando abri este livro e li os 2 primeiros capítulos, foi como se estivesse assistir a um dos filmes da saga SAW, fiquei sem ar.

Um assassino considerado um génio do crime, que sem pressa, mantém refém as suas vitimas o máximo de tempo possível, enquanto as sujeita às mais inimagináveis torturas até sucumbirem à morte. Um cenário de terror, capaz de revolver as entranhas mesmo aos mais experiente dos investigadores …ninguém está preparado para uma visão daquelas, nem mesmo Hunter o principal responsável pela investigação, que pensa já ter visto de tudo.

Criatividade é coisa que não falta a este assassino, ele é capaz de inventar as mais diversas e horrendas formas de matar, cada crime mais soturno que o outro. É como se para ele tudo não passasse de um espectáculo cuja obra gostaria que fosse reconhecida, como a mais bela das artes. É extremamente inteligente e meticuloso, o local onde deixa as vitimas está imaculadamente limpo, deixando os investigadores às cegas sem qualquer pista ou suspeito, ele é um assassino fantasma.

Os seus crimes são um jogo onde só ele conhece as regras e que pode mudar sempre que lhe apetecer tornando-o numa batalha psicológica, Hunter é o peão por ele escolhido para esse jogo, pois este é bom naquilo que faz e isso é um desafio para o assassino. Ele liga-lhe, dá-lhe a hipótese de salvar a vitima, mas como mais tarde Hunter acaba por descobrir, independentemente do resultado do jogo, a vitima já tem o seu destino traçado.

O autor não se reprime na descrição dos grotescos cenários obrigando-nos a imaginar a cena como se estivéssemos presentes, é arrepiante. A investigação essa, é descrita sem qualquer omissão dando-nos a oportunidade de nela participar. As personagens são extremamente cativantes.

Outra coisa que adorei neste livro, foi o facto do autor nos fazer uma pequena visita guiada ao submundo das noites americanas, onde reina a droga, prostituição, as orgias...

Um livro forte e violento ao qual fiquei completamente rendida, tornou-se difícil para mim larga-lo sempre que necessário. Aguardo ansiosamente o próximo livro deste autor, que comparei um pouco com Donato Carrisi
Foi um dos melhores livros que li este ano. 


Classificação: (9/10)


Opinião - A Carícia do Assassino, de A.J. Rich



Género: Policial/thriller
Editora: Edições ASA
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal 

A sinopse é fiel ao conteúdo do livro, não há nada acrescentar, apenas gostaria de fazer aqui uma pequena observação: Ao ler o livro não fiquei com a ideia de que Morgan Prager fosse uma profiler reputada, mas apenas uma mulher de 30 anos que está a fazer um estudo sobre vitimologia para a sua tese final. 

O livro é narrado por Morgan na primeira pessoa, uma "vitimologa" que se transforma em vítima. 

A experiência tem vindo a ensinar-me a não iniciar leituras com demasiadas expectativas com autores que desconheço, por isso foi com cautela que iniciei "A Carícia do Assassino". Os dois primeiros capítulos eram a promessa de uma leitura empolgante, mas de repente o meu entusiasmo começou a esmorecer. Para mim este livro foi como um gráfico de linha cheio de picos, em que a linha era o despertar do meu interesse, que ora subia, ora descia e foi assim até ao final. Tem passagens interessantes que conseguiram manter a minha curiosidade, mas tem outras que conseguiram aborrecer-me. Não via qual o interesse de descrever detalhadamente o quotidiano de Morgan, o que vestia, comia, como era a decoração do bar onde bebia um copo...e acreditem, foram imensas as páginas rompidas desnecessariamente. Muita palha para chegar às 300 páginas! 

O móbil dos crimes é muito bom e a dupla de autoras tinham aqui muita ferramenta para explorar e escrever um livro intenso e cheio de suspense. 

O que mais gostei: Dos relatos de Morgan acerca da sua vida em conjunto com o noivo, à procura de algum sinal que lhe tenha escapado e indicador de ele ser uma pessoa sociopata. Da sua investigação por conta própria, no sentido de saber quem era aquele homem com quem estivera prestes a casar e que viera a descobrir ser um total estranho. Do móbil dos crimes...da manipulação. 
Mas tudo isto foi resumido em pouco mais de 150 páginas. Quanto ao resto, estragou a meu ver a qualidade do livro. 

Classificação: 6/10

Opinião - Plano Perfeito, de Lisa Gardner



Género: Policial
Editora: Circulo de Leitores
Sinopse: Aqui

Opinião: By Aneal

Tessa, uma mulher policia é acusada de matar o seu marido e fazer desaparecer a sua filha de 7 anos, alegando legítima defesa. O seu estado físico e psicológico confirmam, mas o seu depoimento e principalmente o seu silêncio, criam duvidas à dupla de investigadores - D.D. e Bobby. Tessa mente...o que oculta aquela mulher? terá sido capaz de matar toda a sua família? Quem é Tessa? a eficiente policia que sempre colocou a sua filha acima de tudo e todos, com um amor incondicional ou, uma mulher fria e calculista capaz de cometer o mais horrendo dos crimes?

Tessa é presa...Tessa foge da prisão. Ela tem um propósito, um plano previamente elaborado mas para o levar a cabo, precisa enganar toda a força policial.

O livro é escrito em capítulos alternados com a investigação levada a cabo pelos investigadores e com a história de Tessa contada na primeira pessoa, começando com o passado em que era casada com a vitima, até chegar aquele fatídico dia. É através dos seus capítulos que descobrimos toda a verdade.

"Plano Perfeito" não foi dos melhores livros que li de Lisa Gadner, no entanto agradou-me imenso. É um livro intrigante, que tão depressa nos dá uma pista sobre o que poderá ter acontecido, como nos arranca o tapete debaixo dos pés e ficamos mais uma vez baralhados, sem saber que partido tomar. Faz-nos avançar página à pagina sempre com a questão "afinal o que se passa aqui?" presente. A partir de uma dada altura a ação adquire uma velocidade vertiginosa, proporcional ao nosso desejo de chegar à última página

Mentiras, corrupção e ação, os ingredientes perfeitos neste livro, para nos manter agarrados até ao fim.


Classificação:  8/10