Opinião - Perguntem a Sarah Gross, de João Pinto Coelho



Género: Literatura Romance 
Editor: D. Quixote 
Sinopse: Aqui 


Opinião: By Corvo 


Este cartucho foi me oferecido por uma amiga muito querida de coração, uma grande surpresa que me fez sorrir de orelha a orelha. 

De inicio, estava um pouco receoso de ficar desapontado, pouco convencido em relação às opiniões publicas que geralmente são suspeitas, mas lá me aventurei como um verdadeiro herói... 

O início do livro foi um pouco estranho o que provocou-me uma certa dificuldade na entrada da sua leitura, talvez porque as personagens ainda não nos tinham sido apresentadas, sendo desconhecidas como se fossem sementes sem definição, mas à medida que avancei, as personagens começaram a florescer, a sobressair das frases e a ganhar os seus contornos, impressionantes, vibrantes e avassaladoras, tornaram-se reais e palpáveis como se estivessem mesmo à frente do meu nariz, e com elas mergulhei para dentro do cartucho, com os meus sentimentos à flor da pele. 

Devorei impávido, ansioso por avançar cada capitulo, absolutamente hipnotizado pelo mistério da personagem - Sarah Gross, esperando a cada minuto pela revelação da resposta à pergunta do titulo do livro... 

No inicio, temos Kimberly Parker, uma jovem professora que quer dar aulas no Colégio mais elitista da Nova Inglaterra, mas na verdade guarda um segredo terrível querendo apenas encontrar um refugio e paz... 

Sarah Gross é directora desse Colégio e escolheu logo a Kimberly Parker entre os muitos e fortes candidatos. O que viu nela? Porque foi ela a escolhida? Sarah Gross causava na Kimberly um efeito espantoso... 

O cartucho alterna como uma máquina de tempo, ora estamos com a Kimberly no Colégio com a Sarah Gross como directora, ora estamos na Polónia no tempo de infância da Sarah Gross em que conhecemos a sua história... 

Tenho um imenso fascínio pelo tema da 2ª Guerra Mundial, li uma variedade de livros sobre o tema, desde os campos de concentração às resistências e espionagem, mas neste cartucho fiquei a saber mais sobre a Polónia, principalmente aquela cidade que era Oshpitzin e que se transformou em Auschwitz. 

Não faltam os horrores por que os judeus passaram nos campos de concentração, os quais já todos sabemos e ouvimos falar, mesmo assim a parte do livro que nos narra o sofrimento de Sarah Gross pode sensibilizar fortemente os leitores, mas não deixem de conhecer esta mulher, possuidora de um olho castanho e outro cinzento, com uma imensa beleza e força... Uma mulher fabulosa com todas as letras! 

Explodi o cartucho, fascinado com a escrita do João Pinto Coelho, a quem dou os meus parabéns e reconhecido mérito, as palavras embebidas em riqueza literária que nos faz ronronar a bom ler, os pormenores tão visíveis, os diálogos tão interessantes e inteligentes que nos fazem querer escutar todos os dias. 

Quem foi Sarah Gross? O que lhe aconteceu? O que a fez tornar-se na pessoa que se tornou? Leiam...


Classificação: Corvo de Ouro (5/5)

Opinião - A Menina do Papá, de Mary Higgins Clark



Género: Policial
Editor: Bertrand Editora
Sinopse: Aqui


Opinião: By Aneal


Andrea uma adolescente de 15 anos é espancada até à morte e seu corpo é descoberto pela sua irmã Ellie de sete anos. Existem três suspeitos, Rob Westerfield,Paulie Strobel e Will Neveles, mas é Rob Westerfield, que é preso e acusado, alegando durante os 22 anos de prisão, ser inocente. 

23 anos mais tarde surge a possibilidade de Rob sair em liberdade condicional. Ellie, agora formada em jornalismo, não pode permitir que isso aconteça, ela tem consciência de que se houver um segundo julgamento ele tem a possibilidade de conseguir uma absolvição, ficar com o registo criminal limpo e ser visto como um mártir que passou mais de vinte anos na prisão por um crime que não cometeu. 

Ellie, que sempre soube dos segredos da irmã, vive corroída pela culpa de não ter contado logo aos pais onde poderiam-na encontrar, aquando esta não apareceu em casa ás horas combinadas, talvez ainda houvesse tempo para a salvar, se naquela noite ela o tivesse feito em vez de ir dormir. A sua família ficou destruída naquele mesmo dia, seu pai foi embora, sua mãe procurou consolo na bebida, até morrer de complicações no fígado. Rob tem de ser culpabilizado não só pela morte da irmã, mas também pela destruição da sua família. Andrea era a "menina do Papá".

Ellie começa então a sua própria investigação, numa cidade dividida, entre aqueles que acreditam na inocência de Rob e os que não acreditam, procurando testemunhas de vitimas do temperamento violento de Rob desde a sua infância e cujos silêncios foram comprados pelo seu abastado pai, que sempre usou o dinheiro para limpar a imagem da família Westerfield. É necessário mostrar ao mundo, o monstro escondido por trás daquele homem carismático, de família poderosa, mesmo que isso possa custar a sua própria vida. 
E vão ser bastantes as surpresas que ela vai encontrar no percurso dessa investigação.

Quem conhece Mary Higgins Clark, sabe como a sua escrita é simples mas muito cativante, proporcionando-nos uma agradável leitura, seus livros são uma provocação, levando-nos a não ter vontade de os largar, até saber um pouco mais. 


Classificação: Aneal de Prata (4/5)

Opinião - A Vidente, de Lars Kepler



Género: Policial e Thriller 
Editor: Porto Editora
Sinopse: Aqui 


Opinião: By Corvo 


"A Vidente" prendeu-me como íman desde a primeira página até à última e agora terminado, vou iniciar o "O Homem de Areia" do mesmo autor, o que é invulgar em mim, pois tenho o hábito de variar as leituras. 

Adorei este cartucho, mais do que "O hipnotista" (não cheguei a explodir "O executor")! Devorei-o como um verdadeiro maníaco drogado, inspirando os capítulos demasiados curtos, não me dando conta do tempo e ficando atónito quando fechei o livro e vi que já o tinha explodido! Suspense e vicio constante que me mantiveram inquieto! 

Tudo começa com dois homicídios brutais num centro de acolhimento de menores. Uma rapariga atingida por uma pedra na cabeça e uma enfermeira atacada com um martelo. A rapariga tinha o rosto tapado com as mãos e a enfermeira tinha as suas com lesões por também tapar o rosto. Uma outra rapariga fugiu, deixando o seu quarto com rastos de sangue na cama e o martelo ensopado de sangue por baixo da almofada. 

Será que foi a fugitiva que matou brutalmente a rapariga e a enfermeira? As provas apontam nesse sentido...

Joona Linna é chamado para a investigação destes homicídios, mas apenas como observador pelo facto de estar a ser investigado pelos Assuntos Internos. 

E fui bastante surpreendido com a resolução destes homicídios! É também neste enredo que ficamos a saber acerca da vida pessoal do comissário Joona Linna em relação à sua mulher e filha. Não vou dar os pormenores para não estragar o terror deste mistério. 

O cartucho termina de forma arrepiante e sufocante que me impulsiona a querer ler o livro seguinte... 

Lars Kepler está cada vez melhor, sem dúvida. 


Classificação: Corvo de Prata (4/5)

A Estátua Assassina

de Louise Penny



Género:Policial
Editor: Relógio D´Àgua
Sinopse:Aqui


Opinião: By Aneal


A acção passa-se numa albergaria situada bem no centro da natureza, algures numa zona do Quebec e onde o casal Gamache resolve comemorar o seu aniversário de casamento. Para além deles os únicos hospedes, são a família Marrow, liderada por uma mulher octogenária, uma matriarca que uma vez por ano, naquele mesmo sítio agenda uma reunião familiar, senda esta uma forma de juntar os seus quatro filhos. O clima entre esta família é tenso, os irmãos parecem ter como principal prazer, magoarem-se uns aos outros, a mãe ou talvez o seu dinheiro, é o único motivo da aceitação desses encontros e das suas tolerâncias.

Um dos Marrow morre de forma estranha, esmagado pela estátua esculpida em honra do pai. Não há duvida de que se tratou de crime, mas como pode ser possível mover uma estátua de toneladas de peso? Quem beneficiaria com esta morte? A única certeza é de que o criminoso está ali, só pode ser um dos hospedes ou algum dos funcionários da albergaria. A investigação parte desse ponto, conhecer todos os que ali se encontram, interrogá-los, observá-los...

Este livro começa por nos descrever o cenário onde vai decorrer a acção e apresenta uma a uma todas as personagens intervenientes e só depois disso, é que temos o crime.

Fiquei encantada com este livro de Penny! Viajei até à minha adolescência e revi-me a ler os livros de Agatha Christie. Fiquei até mesmo com a sensação de que esta foi a fonte de inspiração da autora para a sua escrita. Tendo sido ou não, este livro é um fantástico policial "à antiga". Adorei!

Depois é impossível não gostar do Inspector-chefe Armand Gamache, um homem inteligente, humano, cujo método de investigação incide muito na análise comportamental das pessoas, um homem que capta tudo que vê e ouve, guardando toda a informação num cantinho do seu cérebro, sabendo que mais tarde poderá vir a ser uma peça chave na resolução do mistério. 

"A Estátua Assassina" dava um bom filme, bem à moda dos clássicos que tanto gosto de Hercule Poirot ou Miss Marple. 


Classificação: Aneal de Prata (4/5) 

 

Fractured

(Fraturada)


Género:Distopia
Editor: Lápis Azul
Sinopse:Aqui

Opinião: By Aneal


Neste segundo livro temos uma grande mudança em relação à personagem de Kyle, que começa lentamente a recuperar as suas memórias. As restantes personagens também nos vão surpreendendo ao longo do livro. Se no primeiro fiquei com a sensação de que elas não eram o que aparentavam ser, neste tive a certeza disso.

Kyla trava uma batalha com a sua outra personalidade anterior à reiniciação e que se vai revelando. Ela era a Rain, uma jovem treinada para atacar e defender uma causa,, ela é perigosa, uma assassina...ou será que não? Afinal quem é Rain? E quem é Lucy a menina que aparece também nos seus sonhos e que foi dada como desaparecida aos 10 anos, uma menina dócil e tão diferente da Rain? Mas a pergunta mais crucial: Porque foi a Rain reiniciada? Tudo leva a crer que estava predestinado a acontecer...

Já nada pode voltar a ser como era antes, agora existem memórias, existe outra pessoa que grita dentro dela e quer libertar-se, cabe a Kyla deixar que isso aconteça ou não, tantas coisas acontecem…tudo fica mais claro, deixou de ser aquela menina inocente. Está na hora de combater os lordens, lutar por uma causa que acredita, derrubar aquele regime de opressão que governa, acabar com aqueles que lhe roubaram o Ben,  Mas será o caminho que está a seguir o correcto? Será que tudo aquilo em que ela acredita, não passa de pura mentira? Afinal em quem confiar?

Neste livro somos confrontados com tantas duvidas por parte de Kyla, dúvidas essas que nos contagiam e nos leva a querer ler sempre cada vez mais, para nos aproximarmos da intrigante verdade.

Como tinha esperança, Fraturada, para mim é superior ao Reiniciada, agora vou aguardar o desfecho da trilogia, pois o final deste livro, deixa-nos uma fraca pista, ao contrário do que aconteceu com o primeiro. 



Classificação: Aneal de Prata (4/5) 

Sozinhos 



Género:Thriller
Editor: Circulo de Leitores
Sinopse: Aqui


Opinião: By Corvo 


Excelente thriller com um final surpreendente e original, que me manteve totalmente envolvido e intrigado, desde as primeiras às últimas páginas, numa leitura fluída com o suspense mantendo-se constante ao longo do enredo. 

"Sozinhos" é o 1º da série da detective D.D. Warren, mas esta aparece em segundo plano, quase que não a conhecemos. É o agente Bobby Dodge a personagem principal.

Tudo começa quando este agente assiste pela mira telescópica da sua espingarda a uma cena de violência doméstica e mata um homem de arma apontada à mulher que abraçava contra si o filho de 4 anos de idade. 

O homem que o agente Bobby Dodge matou, era filho de um poderoso Juiz. A mulher é a Catherine Rose Gagnon, uma vítima de rapto e abuso sexual há 25 anos atrás. 

O poderoso Juiz vai fazer tudo para acusar Catherine Rose Gagnon pela morte do seu filho, afim de ficar com o neto, dizendo ao agente Bobby Dodge, que tinha sido ela a provocar o marido ao ponto de este lhe apontar a arma. Afirmando ainda, que o neto padece de muitas doenças e que é a Catherine Rose Gagnon que lhe provoca essas doenças para receber as atenções nela. O agente Bobby Dodge tem de a acusar, senão o Juiz fará com que ele seja preso. 

Assim, o agente entra logo em conflitos, pessoais e profissionais, sem saber se procedeu correctamente ao ter matado o homem. Será que este iria realmente matar a sua mulher? Será Catherine Rose Gagnon a mulher que o Juiz pinta com as suas acusações? Terá ela planeado tudo isto para que o marido fosse morto pelo agente, saindo assim ilesa e inocente? Será que esta uma mãe faz mesmo mal ao filho? 

Entretanto, é liberto um louco que sobreviveu à solitária numa prisão de máxima segurança onde cumprira pena pelo mais sádico dos crimes. E o médico que andava a investigar as causas das doenças do filho de Catherine é assassinado... 

Resumindo, este cartucho é mesmo muito bom, não fossem as letras pequenas, já o teria devorado num estalar de dedos! Foi um verdadeiro prazer e hei-de explodir mais livros da Lisa Gardner. 


Classificação: Corvo de Prata(4/5)